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14 de maio de 2006

Amor de Capitu_Fernando Sabino (Resumão)

Amor de Capitu (Leitura fiel do romance de Machado de Assis
sem o narrador D. Casmurro) Fernando Sabino

Apresentação da obra: o que sempre atraiu Sabino não “foi a intrigante e todavia óbvia infidelidade da personagem principal”, mas descobrir se a dúvida teria sido premeditada pelo autor, “através de um narrador evasivo, inseguro, ingênuo, preconceituoso e casmurro como o apelido que assumiu para si mesmo”.

O romance reconta a história narrada em Dom Casmurro, sem as interferências do protagonista na narrativa. Pretende-se verificar quais os efeitos do deslocamento do foco narrativo para a 3ª pessoa, o que já se verifica no título, Amor de Capitu, que retira o foco central do narrador Bentinho.


Contemporanização do romance original
prática da releitura intertextual (Recriação literária)
modernização de palavras e expressões idiomáticas


Conseqüências da transposição do foco narrativo para a 3ª pessoa:

  1. retira-se as digressões do narrador sobre o passado e a construção do romance
  2. excluem-se as inúmeras referências intertextuais, ligadas, principalmente, à questão da traição
  3. supressão dos diálogos com o leitor, que podem ser relacionados à tentativa de conquistar sua confiança
  4. o tempo psicológico, resultante de uma narrativa de cunho memorialista, passa a ser cronológico
  5. aglutinação de capítulos do original e transposição de alguns entrechos
  6. utilização do discurso indireto livre para se expor as sensações de Bentinho(por vezes, é difícil identificar com clareza a quem pertencem as considerações): “Com que então ele amava Capitu, e Capitu o amava! Realmente, andavam sempre juntos, mas não lhe corria nada que fosse secreto entre os dois.” ; “Não, ele não sabia a que comparar aqueles olhos de Capitu. Olhos de ressaca? Isso mesmo, de ressaca: é o que lhe dava idéia aquela feição nova”.


Sabino: “procurei reviver os acontecimentos do livro a partir do mesmo ângulo do narrador original, com os mesmos elementos prosódicos, sem a interveniência de interpretações pessoais posteriores, muitas vezes deformadas pelo tempo decorrido”

Como o narrador não acrescenta à obra as perspectivas de outros personagens, a visão de Bentinho, construída por Machado de Assis, é mantida em Amor de Capitu. Isso quer dizer que a narrativa mantém seu ponto de vista tendencioso sobre a aparente certeza da traição de Capitu e Escobar.


É bem, e o resto? (mesmo título do último capítulo de Dom Casmurro): considerações do autor acerca do processo de construção do livro. Enquanto que no romance original a metalinguagem funde-se à própria narrativa, na obra de Sabino, ela aparece numa seção à parte do enredo.

O cronista Dom Casmurro: capítulos de Dom Casmurro excluídos em Amor de Capitu, transcritos e apresentados como “exemplo de excelentes crônicas de época” → Bentinho “como comentarista de si mesmo e dos fatos de seu tempo, à margem da trama romanesca de sua pretensa autoria”.

*É fundamental que você tenha também o material que contém a comparação entre os trechos de Dom Casmurro e Amor de Capitu.

2 comentários:

Breno Tattaglia disse...

Hahuahhuauhahuahua!

Ctrl+C; Ctrl+V; essa é boa!
É foda to fazendo um trabalho sobre essa merda tem q pesquisar

Anônimo disse...

site bacana demais, tudo que eu nao achei nos outros, encontrei aqui